sábado, 13 de outubro de 2012

Fare il turista

Hoje parecia o meu mano Luís: fui apanhar o comboio para Otranto e cheguei 45 minutos mais cedo! Pena que cá não hajam muitos comboios, se não até podia fazer como ele e apanhar o anterior!
Exactamente por nesta cidade não haver muitos comboios, nem autocarros ao fim de semana, é que me vi obrigada a madrugar para não perder o comboio. Mas valeu a pena, que nada como quebrar a rotina e fazer um pouco de turismo. Além do mais, Otranto é bastante gira e merece uma visita!

À primeira vista assusta um pouco olhar para o horário dos autocarros:
Lecce (9h43) - Zollino (10h02)
Zollino (10h07) - Maglie (10h18)
Maglie (10h19) - Otranto (10h45)
Estou no Sul de Itália onde absolutamente nada nem ninguém consegue ser pontual. Como é que podem assegurar ligações entre comboios com1 min de intervalo? Ainda perguntei na bilheteira (na dos comboios do sul, não da dos comboios de Itália - que sim, aprendi hoje, são duas coisas diferentes, embora estejam as duas na mesma estação). Mas sorriram e responderam "non ti preocupare signorina, arrivera a Otranto!". Com esta naturalidade de resposta, e com a chegada do meu colega mexicano Luís (melhor perder-me com companhia do que sozinha) entrámos no comboio-mais-pequeno-em-que-já-andei!
Mas, mais uma vez, os funcionários são todos impecáveis e andamos todos tipo excursão, saímos todos juntos do comboio, para entrar no seguinte! Sem margem para erro e sem perder nenhuma ligação!
A estação de Otranto fica só  a 10min a pé do centro e vê-se logo ao fundo o maravilhoso Mar Adriático.


É conhecido com il mare più blu d’Italia, e merece esse título especial. Eu, como portuguesa habituada a forte ondulação, só tenho pena que não cheire tanto a maresia… mas lá que é bonito e maravilhoso para dar uns mergulhos, não haja dúvida!

Otranto é o ponto mais oriental de Itália, e por isso mesmo foi sempre um importante ponto de comércio, mas também palco de diversas guerras, de onde se destaca um extermínio da população desta terra em 1480 por parte dos turcos (vá, não se assustem, o guia está a dar-me uma ajuda com as datas!)

Passada a porta para o pequeno, mas simpático, centro histórico


Há fundamentalmente três coisas a visitar (além da paisagem e de passear pelas simpáticas ruelas, claro):
1. o castello aragonese, com uma maravilhosa vista para o mar



2. a cattedrale com o seu famoso mosaico
 (é uma espécie árvore da vida, mas que tem misturados
 desde o Adão e Eva até animais mitológicos. Na minha
 foto aparece Diana, a deusa da caça!) e com uma capela 
com muitos dos ossos dos mártires que morreram na guerra 
que referi acima.



3. a cripta da catedral, mas hoje estava fechada ao público.



A caminho do almoço vimos umas gaivotas, que desta vez nos deviam estar a querer avisar não do mau tempo no mar mas sim em terra! Que depois de uma bela pizza à beira-mar começou a chover e a trovejar… e ainda não parou até agora!
Por isso, ainda bem que madruguei para aproveitar a bela manhã solarenga em Otranto!



1 comentário:

LCO disse...

Esse Luís deve ser espetacular (repara: eu escrevi i com acento, portanto não me estou a referir ao rapaz mexicano - certamente uma pessoa excelente, mas que não conheço), pois pouca gente consegue apanhar o comboio anterior!:P
O mesmo se pode dizer do mar de Otranto! :) Mas... a igreja da última foto é a catedral? Pff... imaginava um pouco mais de imponência!